domingo, 21 de janeiro de 2018

Empreste dinheiro para os bancos, através do CDB

Quem já acompanha o blog leitor investidor, já sabe que é possível emprestar dinheiro para o governo através da compra de títulos públicos, o mesmo pode feito aos bancos através da compra de títulos emitidos pelos bancos. No texto falarei do certificado de depósito bancário, uma das várias formas de emprestar aos bancos.

Pilhas de moedas.

Uma opção de investimento para seu dinhiro.

Imagem: Sanja Gjenero

Os assuntos abordados nesse texto são:

O que é um CDB?

O CDB é seguro?

Quais impostos preciso pagar?

Quanto rende um CDB?

Vantagens contra os títulos públicos

Desvantagens contra os títulos públicos

O que é um CDB?

O CDB, sigla para certificado de depósito bancário, é uma forma comum dos bancos captarem recursos. Assim como podemos emprestar dinheiro ao governo, comprando títulos públicos através do Tesouro Direto, também podemos emprestar dinheiro aos bancos através da compra de CDBs. Na compra do título aceita receber no prazo combinado o valor da compra acrescido de juros, conforme taxa também combinada no momento da compra.

O CDB é seguro?

Sendo ele um empréstimo para um banco, a segurança do investimento depende da saúde financeira do Banco. O investidor pode reduzir muito o risco respeitando os limites do FGC, sigla para fundo garantidor de créditos, de forma simplificada ele seria um “seguro” que garantiria o pagamento de vários investimentos, incluindo o CDB.

Saiba mais sobre o funcionamento do FGC através do site do próprio FGC.

Além da proteção do FGC o investidor mais cauteloso pode olhar outras informações do banco, como lucros, prejuízos, despesas, etc. No site do Banco Data é possível encontrar várias informações de diversas instituições financeiras, o que inclui bancos e corretoras.

Quais impostos preciso pagar?

Existem dois impostos, ambos são cobrados somente sobre o lucro. O primeiro seria o imposto de renda, as taxas são menores para investimentos mais longos. O imposto é cobrado conforme a tabela abaixo:

Prazo investido
Até 180 dias
Até 360 dias
Até 720 dias
Acima de 720 dias
Alíquota cobrada
22,5%
20%
17,5%
15%

O segundo imposto é o IOF, imposto sobre operações financeiras, ele só afeta investimentos com prazo inferior a 30 dias, conforme tabela abaixo:

Número de dias % dos juros Número de dias % dos juros Número de dias % dos juros
1
96
11
63
21
30
2
93
12
60
22
26
3
90
13
56
23
23
4
86
14
53
24
20
5
83
15
50
25
16
6
80
16
46
26
13
7
76
17
43
27
10
8
73
18
40
28
6
9
70
19
36
29
3
10
66
20
33
30 dias ou mais
0

Quanto rende um CDB?

O CDB assim como os demais investimentos precisa render mais quanto o risco é maior. Assim as melhores taxas geralmente serão oferecidas pelos bancos menores. Raciocínio semelhante se aplica ao prazo, quanto maior o prazo investido maior a taxa de rentabilidade que o investidor deve exigir. Caso queira que o dinheiro fique disponível a qualquer momento deve optar por um CDB com liquidez diária, embora eles possuam prazos de vencimento o investidor pode receber antes se quiser.

Os certificados de depósito bancário, podem ser pré-fixados ou pós-fixados. Um CDB pré-fixado, vai pagar ao investidor uma taxa fixada no momento da compra.

Exemplo 1: Um CDB de R$5000, pelo prazo de 2 anos a uma taxa de 10% ao ano, vai devolver no final do prazo R$ 5866,25. O valor bruto seria R$6050, porém descontando o imposto de renda de 17,5% sobre o lucro de R$1050 , sobra R$5866,25. O IOF não é cobrado por ser prazo superior a trinta dias. Um CDB pós-fixado paga ao investidor uma taxa variável, acrescida ou não de uma taxa fixa. Opções comuns são CDBs pagando um percentual do CDI, ou pagando o IPCA somadas a uma taxa fixa.

Exemplo 2: Um CDB de R$1000, pelo prazo de 1 ano a uma taxa de 100% do CDI. No momento que comecei a escrever o texto a taxa estava em aproximadamente 7% ao ano, supondo que o CDI não mude o final do prazo, o investidor receberia 1070 reais. O valor cheio seria R$1070, deduzindo o imposto de renda de 20% sobre o lucro de R$70 , sobra R$1056. O IOF não é cobrado, por novamente ser prazo superior a trinta dias.

Vantagens contra os títulos públicos

  1. Uma maior rentabilidade. Não é difícil encontrar CDBs que ofereçam uma rentabilidade maior que os títulos públicos equivalentes, para o curto e médio prazo, ou seja prazos de no máximo 5 anos.
  2. A ausência da taxa de custódia, que existe no Tesouro Direto, o que aumenta a vantagem de rendimento dos CDBs sobre os títulos públicos.
  3. Maior flexibilidade no planejamento. Ao contrário dos títulos públicos, existe uma grande variedade de opções de CDBs, o que facilita o seu planejamento de curto e médio

Desvantagens contra os títulos públicos

  1. Maior risco. Os CDBs podem ser bem seguros, desde que seguindo alguns cuidados básicos, porém isso não muda o fato de que os títulos públicos são ainda mais seguros. Pois os títulos públicos emitidos pelo governo são os investimento mais seguro dentro do Brasil.
  2. Prazos menores. Os CDBs possuem uma boa variedade de prazos, porém isso no curto e médio prazo. Não existe nada parecido com os prazos de décadas do Tesouro IPCA+, o que acaba sendo uma desvantagem para investimentos de longo prazo como o planejamento de uma aposentadoria.
  3. Menor liquidez. Os títulos públicos podem ser vendidos em qualquer dia útil, o que é uma vantagem e tanto, mesmo que o dinheiro não caia na conta imediatamente e que alguns títulos públicos possam sofrer com a marcação a mercado. Os CDBs tirando algumas exceções como os CDBs de liquidez diária, só podem ser resgatados no final do prazo combinado.
  4. Maior investimento. Os títulos públicos requerem pouco dinheiro, no momento em que escrevo, exceto pelo Tesouro SELIC, é possível comprar qualquer tipo de título público por menos de 45 reais. Mesmo o Tesouro SELIC é acessível, custando menos de 100 reais. Existem CDBs interessantes que exigem um investimento baixo, até menor que o Tesouro Direto em alguns casos, porém a grande maioria custa 1000 reais ou mais. Além disso os investidores com mais dinheiro tendem a conseguir melhores taxas, o que não acontece no Tesouro Direto.
  5. Gato por lebre. Existem muitos CDBs interessantes, porém existem também as “armadilhas”. Já encontrei vários CDBs a venda que deixam o dinheiro preso por um tempo razoável, exigindo um alto valor de investimento e isso tudo para pagar um rendimento bem inferior ao Tesouro SELIC .

Conclusão

Os investimentos são apenas meios para atingir os objetivos de vida do investidor, assim o Certificado de Depósito Bancário é uma opção a mais, que pode ou não ser interessante para fazer parte da sua carteira de investimentos. Sugiro ao leitor, caso ainda não tenha feito, uma reflexão sobre sua vida e seus objetivos. Após isso estudar os investimentos para escolher as melhores opções disponíveis para a realização dos seus objetivos.

Materiais complementares:

FGC o “seguro” que garante o pagamento de vários investimentos financeiros, entre eles o CDB e a caderneta de poupança.

Banco Data é um site que possui várias informações de diversas instituições financeiras, o que inclui bancos e corretoras

O leitor investidor  tem um artigo explicando como funciona o Tesouro Direto

Nenhum comentário:

Postar um comentário